Para mim, não há nada como os diamantes. São preciosos, transparentes, luminosos e do tamanho que se quiser. Os diamantes de que vou falar neste blog não são só os minerais. Diamantes podem ser os amigos, a família, uma peça de roupa nova... ou puramente uma extravagância mineral. Não deixem de visitar as outras páginas do Blog - viagens, moda, filmes e música!

sexta-feira, 22 de abril de 2011

FOLARES AOS MOLHOS

Hoje foi dia de amassar e cozer o tradicional folar de Páscoa.
Como transmontana que sou, aprendi hoje com a minha mãe a tradição de amassar e cozer o folar da Páscoa. Na minha terra o folar é salgado e recheado com carnes de porco.


É no chão que vamos colocar o alguidar com todos os ingredientes a amassar. Todos os ingredientes devem estar quentes ou mornos pois ajudam a levedar a massa mais depressa. Quando está pronta, envolve-se o alguidar num cobertor e coloca-se num local quentinho... e é só esperar que cresça, cresça, cresça!
 
Como tradição, era com o folar que se quebrava o jejum do tempo pascal e se voltava a comer carne. Era também a oferta que os padrinhos davam aos afilhados. Ainda hoje, os folares são o que de melhor as pessoas do Norte podem enviar aos entes queridos emigrados fora do país porque aquele sabor só pode ser da terra de onde partiram e que não os esquece.


Depois de levedar, a são distribuídas as carnes: chouriço, linguiça, salpicão e carne gorda.
 
Depois de recheada, a massa é colocada em tabuleiros untados com banha e, mais uma vez, vão levedar.

O folar é tradição de Páscoa nas aldeias de Trás-os-Montes mas a esta junta-se a visita pascal. O padre, acompanhado do Compasso, visitava os lares da aldeia abençoando as pessoas e benzendo as casa para que, durante mais um ano, houvesse fartura e abundância em todos eles. Neste Domingo a vestimenta era especial e as janelas estavam engalanadas com as colchas de renda.


Depois do algum tempo no forno de lenha, ficam com este lindo aspecto!
 
Na casa dos meus avós, o forno era ENORME. O pão e os folares eram amassados numa masseira de madeira que estava dentro da casa que tinha o forno. O calor lá dentro era quase insuportável, quando a minha avó começava a queimar as vides e a colocar a lenha para aquecer o forno.
Sendo casa de emigrantes, em casa da minha avó o folar era cozido também em Agosto - por altura do regresso dos filhos a casa e mais uma vez antes de partirem de novo.

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