O FADO NA MINHA VIDA

Ontem, o nosso Fado foi reconhecido como Património Imaterial da Humanidade, pela UNESCO. Estão de parabéns todos os que, mesmo já não estando entre os vivos, deram todo o sentimento e talento ao Fado e fizeram dele uma riqueza portuguesa para o mundo.

Quando era pequena, conhecia os cantos do Bairro Alto como se do meu bairro se tratasse, passeava no Jardim S. Pedro de Alcântara e no Príncipe Real, subia e descia o Elevador da Glória sentada no lugar do condutor e lanchava na Padaria S. Roque. O Fado entrou na minha vida era eu muito nova. As noites n'O Faia eram a minha delícia quando eu tinha entre 5 e 8 anos. Ir jantar ao Faia era para mim sinónimo de um serão de música e muita magia - pouco depois de lá chegar já estava nos camarins com a Sra. D. Maria Albertina e a Sra. D. Fernanda Maria, onde experimentava batons, penteados e purpurinas. À hora do espectáculo aparecia eu para me sentar no meu lugar, de xaile ao ombro, olhos delineados a preto e baton vermelho.

O Fado tem no meu coração um lugar muito especial - aprendi a escutá-lo, a entendê-lo e fui muito mimada numa das melhores casas de Fado de Lisboa.