NATAL TRANSMONTANO

Sendo os meus pais. e eu própria, transmontanos, o nosso Natal não é com bacalhau e as rabanadas e os coscorões não "nascem" na pastelaria.
Então como é  nosso Natal?...

Filhós de cenoura

Coscorões

No dia 24 de manhã fazem-se as massas das filhós de cenoura e dos coscorões. As filhós de cenoura fritam-se logo e passam-se por açúcar e canela. Os cuscorões têm que levedar, só depois são estendidos, fritos e então polvilhados com açúcar e canela. Temos ainda as rabanadas: o pão duro é demolhado em leite, depois passado por ovo batido e então frito. Não falta também o açúcar e canela! Na nossa mesa transmontana não falta a aletria... docinha e de "cortar à faca" como a minha mãe gosta!

Aletria

Rabanadas

Depois disto tudo, há que cozer o polvo. Os transmontanos comem polvo na ceia de Natal, em vez de bacalhau. Nos tempos de infância dos meus pais, o polvo era comprado fresco (em cestos de cana fina com tampa igual) ou seco. O polvo seco era colocado dentro de uma sca de sarapilheira e a saca era mergulhada no ribeiro da aldeia, preso a pedras grandes. E lá ficavam os polvos de toda a gente durante dias até recuperarem toda a água, sendo depois batidos contra as pedras do rio para amaciarem. O polvo é comido cozido, acompanhado de batata cozida e couves portuguesas, mas também é frito e colocado na mesa como petisco. Cortam-se os braços do polvo ao meio lomgitudinalmente e depois em pedaços do comprimento de um dedo. É passado por ovo mexido com salsa e frito. Que petisco!!!

Polvo cozido

Polvo frito

Antes de terminarem os trabalhos na cozinha, é preciso temperar o cabrito para assar no dia seguinte.

O nosso Natal é de confraternização em família, partilha das tarefas culinárias e jantar em família. Isto é o mais importante do Natal!