GATOS

 Não posso dizer que sou dona de um gato porque acho que os gatos não têm donos. Há um gato sortudo que vive em minha casa e me dá o privilégio da sua companhia. Eu nunca gostei de gatos. Ou por medo ou por falta de confiança, nunca gostei destes arrogantes de 4 patas. Mas o destino acabou por me fazer mudar de ideias.

No local onde trabalhava havia sempre muitos gatos "independentes" que procriavam como coelhos. Eram bem tratados pelos donos do restaurante ao lado e por um senhor idoso que os tinha por companhia. Muitas vezes custava-me olhar para aqueles bichinhos de pêlo baço e olhos remelentos mas era muito divertido ver os pequeninos juntinhos ao sol ou então a pular na brincadeira.

Um dia encontrei duas bolinhas amarelas tipo Garfield e fiquei apaixonada por um deles. Num impulso inexplicável decidi comprar uma cama, um caixote e um comedouro para o levar para casa no dia 24 de Abril. Teríamos o feriado para nos conhecer! Segundo a veterinária, tinha cerca de 3 semanas e precisava de leitinho no biberão. E assim fui adoptada e incumbida de tratar o felino. Fomos adaptanto a nossa maneira de ser um ao outro ficando claro que ele não podia deitar as unhas a nada que é meu e eu daria uma assoalhada completa para seu uso. Tem uma cama de baloiço, montes de bonecos de peluche, um ginásio e comidinha da boa. Ficou também acordado entre nós que à noite cada um fica no seu quarto e o silêncio é para ser respeitado.

A infância foi passada no meu escritório. Durante muito tempo ía comigo para o trabalho onde nada lhe faltava e passava o dia a dormir não metendo o nariz nos meis papéis. Depois cresceu e ficou um bocado pesado para andar com ele às voltas. Fica em casa à minha espera e quando chego é sempre uma festa! Quando me sento no sofá para ver um bocadinho de TV, o meu colo é dele e a felicidade chega num ronronar incessante e sonoro.

Vai fazer 3 anos em Abril e somos felizes os dois!